É por meio da razão que conhecemos a lei natural e através da graça as leis de Deus. Contudo, sendo as leis de Deus também natural ao homem, se faz o Decálogo, a própria lei natural por perfeição.
Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os
Romanos 2:14,15
O Catecismo explica:
A lei natural «não é senão a luz da inteligência posta em nós por Deus; por ela, nós conhecemos o que se deve fazer e o que se deve evitar. Esta luz ou esta lei, deu-a Deus ao homem na criação».
Catecismo da Igreja Católica §1955.
São Tomás nos mostra que a revelação foi necessária porque o pecado enfraquece a luz da razão humana.
Às vezes, o homem deixa de considerar na prática o que ele sabe habitualmente, por conta de algum obstáculo superveniente, por exemplo, alguma ocupação externa ou alguma enfermidade física; E, dessa forma, um homem que está em estado de paixão deixa de considerar em particular o que conhece em geral, na medida em que as paixões o impedem de considerá-lo.
S. Tomás de Aquino, Suma Teológica I-II, q.77, a.2
Apenas a razão humana NÃO basta:
E há algumas coisas, para julgar as quais, a razão humana precisa de instrução Divina, por meio das quais somos ensinados sobre as coisas de Deus.
S. Tomás de Aquino, Suma Teológica I-II, q.100, a.1
Por conta do pecado, a graça é necessária:
Ora, amar a Deus acima de todas as coisas é natural ao homem e a toda natureza, não apenas racional, mas irracional, e até mesmo à natureza inanimada, de acordo com a maneira de amar que pode pertencer a cada criatura. […] Consequentemente, no estado de natureza perfeita, o homem referia o amor de si mesmo e de todas as outras coisas ao amor de Deus como seu fim; e assim ele amava a Deus mais do que a si mesmo e acima de todas as coisas. Mas no estado de natureza corrupta, o homem fica aquém disso no apetite de sua vontade racional, que, a menos que seja curada pela graça de Deus, segue seu bem privado, por conta da corrupção da natureza.
S. Tomás de Aquino, Suma Teológica I-II, q.109, a.3
A lei foi escrita nas tábuas de pedra para que o homem, ao lê-la fora de si, se reconhecesse como quem a tinha apagado de seu coração:
Que são, portanto, as leis de Deus, escritas pelo próprio Deus nos corações, senão a própria presença do Espírito Santo, que é o dedo de Deus, pelo qual, estando presente, a caridade é difundida em nossos corações, a qual é a plenitude da lei e o fim do mandamento?
S. Agostinho, De Spiritu et Littera, c. 21
São Tomás de Aquino, rogai por nós;
Santo Agostinho, rogai por nós.
