São João Maria Vianney Sobre A Pureza

São João Maria Vianney Sobre A Pureza

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A Pureza

No texto sobre a virtude da pureza, São João Maria Vianney começa citando o evangelho segundo São Mateus: “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5, 8). Para nos lembrar a importância dessa virtude aos olhos de Deus, e que sem ela ninguém chegará a vê-lo.

Enfatiza com São Paulo que tanto é conhecedor do valor dessa virtude: “Glorificai a Deus, pois vós o levais em vossos corpos; e sede fieis em conservá-los em grande pureza. Lembrai-vos bem, meus filhos, de que vossos membros são membros de Jesus Cristo, e que vossos corações são templos do Espírito Santo. Tomai cuidado de não os manchar pelo pecado, que é o adultério, a fornicação, e tudo aquilo que pode desonrar vossos corpos e vosso coração aos olhos de Deus, que a pureza mesma” (1Cor 6, 15-20).

Coloca a virtude da pureza como sendo “o mais belo adorno da Igreja” e que “deveria ser a mais querida dos cristãos”. Mas que “neste infeliz século de corrupção em que vivemos, não se conhece mais esta virtude, esta celeste virtude que nos torna semelhantes aos anjos!”.

I - Quanto a pureza nos torna agradáveis a Deus

Aqui São João Maria Vianney reforça sua importância e com qual força deve um cristão se esforçar para mantê-la. Visto que ela nos é ensinada por Jesus Cristo, pois é o único capaz de nos exemplificar de forma tão perfeita ao escolher uma virgem que foi Maria, única preservada do pecado original, para se fazer nosso semelhante.

“Ela consagrou sua virgindade ao Bom Deus desde a idade de três anos, e oferecendo-lhe seu corpo, sua alma, ela lhe fez o sacrifício mais santo, o mais puro e o mais agradável que Deus jamais recebeu de uma criatura sobre a terra.”.

Cura d’Ars cita Santo Ambrósio, São João Crisóstomo e São Cipriano, para nos mostrar o efeito dessa virtude que nos leva até o máximo do céu que uma criatura pode chegar, e que aos olhos de Deus, a nossa castidade é de um valor maior que a dos anjos, pois que enquanto eles detenham-a por natureza, a nós só é dado através do combate contínuo a si mesmo. Tão alto é o valor que nos assemelha com o próprio Cristo. Uma alma casta é uma imagem viva de Deus sobre a terra.

Também cita São Basílio, que nos mostra que sem uma grande violência para impor-nos tantos sacrifícios, não é possível ser casto, mas, que através dessa dificuldade, as outras virtudes tornam-se fáceis.

“Santo Agostinho compara aqueles que têm a grande alegria de conservar seu coração puro, aos lírios que se elevam diretamente ao céu e que difundem em seu redor um odor muito agradável; só a vista deles nos faz pensar naquela preciosa virtude. Assim a Virgem Santa inspirava a pureza a todos aqueles que a olhavam…”

II – O amor que os Santos tinham por esta virtude

Para nos exemplificar que todos os Santos tinham-na por maior virtude e na qual estima que devemos ter a pureza, nos conta a história de Santa Inês que confiou totalmente sua pureza a Deus a ponto dele mandar seus maiores anjos para defendê-la e toda sorte de abuso e sofrimento antes que perder sua virgindade. Isso nos mostra que com a nossa adesão para mantê-la, o próprio Deus também nos ajuda e faz milagres para protegê-la.

Nos mostra também que, com o exemplo do anjo Rafael com o jovem Tobias, os anjos da guarda amam e protegem de uma maneira particular as almas que imitam sua pureza.

“Com que gozo não se alegra o anjo da guarda que conduz uma alma pura!”

E com a ajuda de Santa Cecília, Santo Edmundo, Santa Luzia e Santa Potamiena, reforça o ponto de que Deus toma cuidado particular e nada recusa para ajudar aqueles que decidem conservar-se puros de corpo e alma, principalmente a virgindade; Ele concede graças e um lugar elevado e especial junto de si.

III – Como esta virtude é pouco conhecida e apreciada no mundo

Nós mostramos aqui onde não está presente e para onde vão essas pessoas, que fazem de tudo na contramão da pureza.

Se excitam com olhares, pensamentos, desejos e ações. Que as bocas apenas vomitam como um tubo tudo aquilo que vem diretamente do inferno e que usam de alimento; Cujos olhos e mãos estão profanados por estes olhares… Moças, pecadores públicos, que fazem questão de atraírem esses olhares através de seus roupas e que no fim são instrumentos de perdição para almas que custaram tão caro a Jesus Cristo. Os pais dessas pessoas, ao suportar isso, valem o mesmo que seus filhos.

“Ai, este infeliz coração e estes olhos impuros não são mais que uma fonte envenenada que dá a morte a qualquer que os olha e os escuta. Como tais monstros ousam se apresentar diante de um Deus santo e tão inimigo da impureza! Ai! A vida deles não é mais que uma acumulação de banha que eles estão juntando para inflamar o fogo do inferno por toda a eternidade.”